Todos viram a notícia sobre a piscina de saltos da Olimpíada do Rio que ficou com uma água “verde”? A situação inusitada repercutiu no mundo todo e a novela cada vez ganha mais episódios. E parece que a ciência não está fazendo parte de nenhum deles, pelo menos a explicação científica mais coerente.

O comitê organizador disse inicialmente que a causa da coloração era a proliferação de algas (o que eu concordo), mas que o motivo era focada apenas na piscina não ser coberta, levando a um excesso de radiação solar e consequente proliferação de microalgas.

Mas será que só isso causaria a proliferação? A Federação internacional de natação se pronunciou dizendo que “teria acabado o estoque de produtos químicos utilizados no tratamento da água”. Bem, talvez a junção das duas versões seja a melhor explicação científica. Somado ao fator de alta radiação solar, a falta de produtos químicos básicos utilizados para a manutenção de piscinas pode ter ajudado na proliferação de microalgas. Administração cuidadosa do pH, uso correto de algicidas e filtros, além do controle dos níveis de cloro são muito importantes para manter as condições esportivas ideias de uma piscina, ainda mais de uma piscina tão importante. Sem isso, a soma de nutrientes e alta radiação solar é um prato cheio para nossas colegas fotossintetizantes.

Para quem achou estranho que a proliferação de microalgas acontecesse apenas em uma das piscinas do parque olímpico, ontem a piscina de polo aquático também começou a ficar verde. O que fica para mim dessa situação constrangedora é que um pouco mais conhecimento científico ajuda muito inclusive na gestão do esporte, como vimos na série especial sobre olimpíadas aqui do dragões.

Luiz Bento