Saudações ouvintes! Indo na onda do nosso penúltimo episódio e do piloto do Nerdologia, venho resgatar um texto que escrevi para o antigo blog meu e do Luciano. Dei uma atualizada no texto, retirei partes desnecessárias e dei uma melhor adequada na linguagem.
Há muitos alguns anos eu estava no laboratório e alguém me mostrou um capítulo do livro Infectious Disease Modelling Research Progress, intitulado, sem brincadeira: When Zombies Attack!: Mathematical Modelling of an Outbreak of Zombie Infection.
O trabalho de matemáticos e estatísticos canadenses começa de forma inacreditavelmente séria. A introdução discute as origens das histórias de zumbis, desde a etimologia, mitos afro-caribenhos, até as produções modernas do cineasta George Romero e jogos de video-game da Capcom.
Os autores então se focam no tipo de zumbi mais atual, lerdo e babaca, com sua origem de alguma infecção biológica. Segundo os autores, o modelo deve assumir um tipo de zumbi mais amplamente usado possível, para que o mesmo não se foque em tipos específicos e pouco difundidos na cultura pop, como o mar de zumbis rápidos do World War Z, por exemplo.
Seguindo com a metodologia, somos apresentado a uma divertida parte do trabalho: a construção das equações.
O termo S diz respeito à população dos suscetíveis aos zumbis, Z à população de zumbis e R aos removidos, algo como “zumbis mortos”, mas sem soar redundante. Há outros fatores, como a probabilidade de alguém vencer um zumbi em um confronto, atirando em seu cérebro, ou arrancando sua cabeça; há a probabilidade de se morrer por mortes “não zumbis” e a probabilidade de uma pessoa curada morrer naturalmente, o que poderia ou não torná-la zumbi, dependendo das premissas. Todos estes fatores implicam em variações na quantidade de suscetíveis, zumbis e curados em um segundo momento. Estas equações ajudam a predizer como a população será em algum momento no futuro.
O trabalho continua criando modelos com várias premissas diferentes, como infecções sendo latentes, tempo de quarentena e até com uma possibilidade de cura. Essa fita Esse gráfico mostra tudo:
A conclusão que os pesquisadores chegam, é que, mesmo que haja uma cura, o único modo de prosperarmos é se acabarmos com o problema de uma vez, em uma geração. Isso porque as mortes naturais e por outros motivos do nosso lado, só aumentariam o número deles, já que o vírus/bactéria/patógeno genérico é transmitido por pessoas mortas. O trabalho serve para mostrar que, mesmo em doenças fictícias, o único modo de se evitar a pandemia é o esforço conjunto de todos aqueles que podem ser suscetíveis, independente de barreiras geopolíticas arbitrárias.
Algumas das referências bibliográficas que os autores usam são inacreditáveis para quem já está acostumado com trabalhos acadêmicos e a exigência de citação de artigos científicos. Vejam vocês mesmos alguns exemplos:
Lucas picaretando geral sobre zumbis